Vinhas Antigas da Casta Moreto
Um Património a Preservar
Vinhas Antigas de Moreto
Granja- Amareleja
Compreendida entre a Margem Esquerda do Guadiana e a fronteira com Espanha, a sub-região vitícola da Granja-Amareleja do Alentejo é unanimemente reconhecida como de forte identidade, não só pelo clima especialmente quente no verão, mas também pelas suas tradições vitícolas onde, ao lado de grandes e modernas vinhas, cultivadas segundo os melhores preceitos da técnica atual, coexistem as “vinhas arcaicas de sequeiro”, típicas do minifúndio circundante da Amareleja, Granja e Póvoa de São Miguel, cultivadas pelos pequenos vinhateiros segundo técnicas ancestrais de origem romana. Além das técnicas ancestrais com que são cultivadas, estas vinhas são campos de biodiversidade ampelográfica inestimável.
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Esta forte identidade, resistente à pressão da globalização, também se reflete nos hábitos de vida, na preservação das memórias antigas e numa sabedoria popular em perfeita sintonia com a natureza e com um sistema de agricultura sustentável.
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As tendências atuais reconhecem mais a originalidade e a patine histórica associada aos vinhos. Os recentes vinhos de qualidade superior feitos com a casta Moreto, com especial destaque para os vinhos de talha, começam a ser reconhecidos aquém e além-fronteiras, fruto da sua original aptidão enológica, desde que plantada no local certo e cultivada adequadamente. Tornaram-se, por mérito próprio e de alguns produtores, um ícone desta sub-região.
As Vinhas Antigas da casta Moreto da Granja Amareleja são um museu vivo de técnicas ancestrais de origem romana e um ex-libris da sub-região. São, naturalmente, um elemento identitário que vale a pena
reconhecer, proteger e promover.
Vinhas históricas ou vinhas atuais feitas à imagem das históricas, num ambiente sem poluição, começam a ser uma enorme mais-valia para a promoção e reconhecimento de toda esta sub-região e dos restantes vinhos do Alentejo.
Vinhas Antigas
Vinhas com 20 ou mais anos, de típica viticultura romana, plantadas em pé-franco, com varas de vinhas antigas, conduzidas em forma livre (vaso ou cabeça de salgueiro), podadas em talão ou em vara.
Moreto
A superior qualidade dos vinhos de Moreto da Granja-Amareleja, deve-se ao calor do verão, que assegura uma maturação perfeita das uvas, ao subsolo da região, com o seu característico “solão”, que garante a disponibilidade permanente de água para as videiras, e às características da casta Moreto, cujo ciclo longo garante uma adaptação perfeita da casta à região e a torna ideal para responder, no futuro, às alterações climáticas. Não surpreenderá, pois, que o Moreto seja a grande casta tinta da região, parceira da tradição dos vinhos de talha e da cultura local de consumo e convívio em tabernas e adegas particulares.
Os alentejanos mantêm ainda hoje viva e, praticamente inalterada, a tradição trazida pelos romanos para a região há 2000 anos. As técnicas de cultivo, as técnicas de produção de vinho em talha e, mesmo, a forma de consumo de vinho, são à semelhança do que acontecia na Roma antiga.
Para se entender e apreciar verdadeiramente esta cultura vínica é preciso conhecê-la desde as vinhas e castas antigas com que é feito, até ao seu originalíssimo processo de vinificação em talhas de barro e ao ritual do seu consumo na região. Só assim é possível reconhecer, até ao mais pequeno pormenor, a matriz mediterrânea que o sustenta. Quando tal acontece passa-se a gostar ainda mais dele e tem-se vontade de ir ao Alentejo profundo para o apreciar e conviver. Os locais eleitos pelos alentejanos para beber o vinho de talha são dois, a taberna e a adega particular, onde se juntam os amigos.
Uma tradição milenar
Um património vitivinícola
Um Alentejo interior por descobrir e experienciar
"Eu gostaria de prestar uma homenagem às pessoas desta região do Alentejo. Elas souberam preservar um património deixado pelos romanos há 2000 anos."
Virgílio Loureiro
Projeto
Vinhas Antigas da Casta Moreto
Granja Amareleja
Baldio de Granja
7240-011 Granja-Mourão
Alentejo, Portugal